PECC Lição09 – Jeremias e Lamentações –Juízo Contra as Nações Vizinhas e a Queda da Babilônia
PECC Lição09 – Jeremias e Lamentações –Juízo Contra as Nações Vizinhas e a Queda da Babilônia
EBD PECC – 3° Trimestre de 2025
EBD Pecc (Programa de Educação Cristã Continuada) – 3° Trimestre De 2025 |
Escola Bíblica Dominical :
PECC Lição09 – Jeremias e Lamentações –Juízo Contra as Nações Vizinhas e a Queda da Babilônia
SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Jeremias 42 a 51 há 301 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com os alunos, Jeremias 50.45-64 (5 a 7 min.).
A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Esta lição mostra que o juízo de Deus não se restringe a Judá, mas alcança também as nações vizinhas, incluindo Egito, Moabe, Edom e, por fim, a poderosa Babilônia.
0 professor deve destacar que nenhuma nação está fora do alcance da justiça divina. Mostre como Deus condena o orgulho, a idolatria e a opressão, ao passo que também anuncia esperança de restauração para os que se arrependem. Enfatize que Deus levanta e abate reinos conforme Seu propósito eterno. A queda profetizada da Babilônia lembra aos alunos que o domínio do mal é temporário, mas o Reino de Deus é eterno. Estimule reflexões sobre justiça, soberania divina e confiança nas promessas do Senhor.
OBJETIVOS
- Compreender a promessa da restauração de Israel.
- Refletir sobre o significado da nova aliança em Cristo.
- Viver segundo os princípios da nova aliança escrita no coração.
PARA COMEÇAR A AULA
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Utilize blocos de madeira ou caixas de fósforos e desafie voluntários a empilhá-los sobre uma mesa. Quando a torre cair, pergunte: “0 que tornou a construção frágil?” Explique que a Babilônia caiu por sua arrogância e falsa segurança. Mostre que, sem Deus, toda glória humana desmorona. Conclua reforçando que só uma vida edificada no Senhor permanece firme diante das dificuldades.
LEITURA ADICIONAL
Jeremias 46-51 recebe o título apropriado de “juízo sobre as nações”. Em 1.10, Deus designa Jeremias para estar “sobre nações e reinos para arrancar e despedaçar”. 0 profeta cumpre esse papel em Jeremias 46 – 51 ao profetizar juízo sobre as nações ao redor. As nações incluídas nessa lista estão arranjadas, de forma geral, em ordem geográfica, do Sudoeste para o nordeste: Egito, Filístia, Moabe, Amom, Edom, Damasco, Quedar e Hazor, Elão e Babilônia. Começar com o Egito (46.1-26] estabe-lece continuidade com Jeremias 43—44, trecho que também inclui juízo sobre o Egito. Terminar com a Babilônia é apropriado por ser a nação mais poderosa da região, aquela que traz juízo sobre as outras nações, incluindo Judá, e a nação cujo futuro mais afeta o remanescente de Israel.
Na Septuaginta, a antiga tradução grega do Antigo Testamento, a unidade do juízo sobre as nações (Jr 46—51) é inserida logo após 25.13. Depois de vários capítulos em ordem cronológica, Jeremias 46 (assim como Jeremias 45) remete a um tempo anterior. Jeremias 46.2 está ligado à batalha de Carquemis (605 a.C.), umas das batalhas mais importantes da era do Antigo Testamento, em que a Babilônia, a nova potência da região, derrotou as antigas potências da região, transformando dramaticamente o cenário geopolítico de todo o Oriente Próximo. Essa batalha marcou o fim da posição do Egito como “superpotência internacional”, status que a nação havia mantido por quase dois mil anos. A breve profecia positiva de salvação para um remanescente de Israel (46.27-28) no final de Jeremias 46 estabelece paralelos com profecias anteriores, em que longas passagens de juízo terminam com breves oráculos de salvação para aqueles que simbolizavam o remanescente.
Livro: Jeremias e Lamentações (Série Comentário Expositivo) (Daniel Hays. São Paulo: Vida Nova, 2024, p. 264).
Texto Áureo
“O meu povo tem sido ovelhas perdidas; seus pastores as fizeram errar e as deixaram desviar para os montes; do monte passaram ao outeiro, esqueceram- se do seu redil.” Jr 50.6
| Leitura Bíblica Com Todos | Lamentações 5.1-22 |
Verdade Prática
Deus é soberano sobre todas as nações e faz justiça, punindo o mal e defendendo o Seu povo.
| L O JUIZO CONTRA O EGÍTO 41 a 46 1. Desobediência e fuga para o Egito 42.19 2. A derrota do Egito 46.13 3. A promessa de restauração 46.27 II. O JUÍZO SOBRE OUTRAS NAÇÕES VIZINHAS 47 a 49 1. A destruição dos filisteus 47.6 2. Aqueda de Moabe, Amom e Edom 48.29 3. A sentença contra Damasco, Quedar, Hazor e Elão 49.24 III. O JUÍZO CONTRA A BABILÔNIA 50 a 51 1. A Babilônia será julgada 50.18 2. 0 Redentor se levanta contra ela 50.34 3. A Babilônia não mais existirá 51.64 APLICAÇÃO PESSOAL Hinos da Harpa: 156-61 |
INTRODUÇÃO
PECC Lição09 – Jeremias e Lamentações –Juízo Contra as Nações Vizinhas e a Queda da Babilônia
O profeta Jeremias, além de denunciar os pecados de Judá, foi também instrumento de Deus para anunciar o juízo contra as nações vizinhas. Do capítulo 41 ao 51, Jere-mias revela o agir soberano do Senhor sobre o Egito, Filístia, Moabe, Amom, Edom, Damasco, Elão e, por fim, Babilônia. Este estudo mostrará que Deus governa a história, disciplina as nações e nunca abandona o Seu povo.
I. O JUIZO CONTRA O EGITO (41 a 46)
Após a queda de Jerusalém, o remanescente de Judá, temendo a Babilônia, foge para o Egito, desobedecendo a Deus. 0 Egito, visto como refúgio, já havia sido derrotado. Jeremias adverte: buscar segurança fora de Deus leva à ruína.
1. Desobediência e fuga para o Egito (42.19)
Falou-vos o Senhor ó resto de Judá: Não entreis no Egito; sabei certamente que hoje vos adverti.
Após a destruição de Jerusalém, o pequeno grupo de judeus que permaneceu na terra, liderado por Joanã, enfrentava o medo dos cal- deus. Diante disso, procuraram o profeta Jeremias, pedindo que intercedesse a Deus por direção (42.1- 3). 0 Senhor, então, respondeu por Jeremias, proibindo-os de irem para o Egito e ordenando que permanecessem em Judá (42.10-12).
Porém, dominados pelo medo e pela falta de fé, eles recusaram a Palavra do Senhor e desceram ao Egito, levando Jeremias e Baruque à força (43.1-7). Esse episódio é crucial porque revela o erro constante do povo: buscar segurança em alianças humanas em vez de confiar em Deus.
No contexto histórico, o Egito, embora ainda com algum poder militar, já havia sido humilhado pela Babilônia na batalha de Carquemis (605 a.C., Jr 46.2). Mesmo assim, os judeus remanescentes ainda viam o Egito como um “refúgio seguro”, percepção enganosa que os levaria à destruição.
2. A derrota do Egito (46.13)
Palavra que falou o SENHOR a Jeremias, o profeta, acerca da vinda de Nabucodonosor, rei da Babilônia, para ferir a terra do Egito.
O profeta retrata o Egito como um Nilo transbordante, simbolizando o orgulho e a autoconfiança militar do país, que julgava poder “inundar” as nações ao seu redor. Porém, Jeremias afirma que o “Dia do Senhor” (46.10) se aproximava para vingar a violência do Egito.
O poderio militar egípcio era conhecido por suas imensas carruagens de guerra, cavalaria numerosa e soldados fortemente armados. O Egito confiava em sua geografia estratégica, protegida pelo deserto a leste e pelo delta do Nilo a norte, e em sua tradição como potência regional desde os tempos antigos. Faraó Neco II, por exemplo, tentou restaurar a antiga glória egípcia, buscando controlar o corredor sírio-palestino, mas o avanço babilônico sob Nabucodonosor foi devastador. Na batalha de Carquemis, em 605 a.C., o exército do faraó Neco II foi derrotado por Nabucodonosor, mostrando que o verdadeiro Governante das nações é o Senhor dos Exércitos.
3. A promessa de restauração (46.27)
Não temas, pois, tu, servo meu, Jacó, nem te espantes, ó Israel; porque eu te livrarei do país remoto e a tua descendência, da terra do seu cativeiro; Jacó voltará e ficará tranquilo e confiante; não haverá quem o atemorize.
Jeremias conclui esta série de profecias com uma mensagem de esperança dirigida ao povo de Deus. Ainda que Judá estivesse no exílio e sua terra estivesse arrasada, Deus promete não os esquecer. Assim, Deus se revela como o Senhor que disciplina, mas também como Pai que não abandona. Esse equilíbrio entre justiça e misericórdia é fundamental na teologia de Jeremias.
Esses versículos trazem à tona o caráter pactuai de Deus com Israel, pois Ele, mesmo castigando o povo por sua infidelidade, jamais revoga Sua aliança. A expressão “servo Meu, Jacó” reafirma o relacionamento íntimo que Deus man tém com Seu povo. A promessa de livramento e restauração antecipa o que, futuramente, seria concretizado parcialmente no retorno do exílio babilônico, e plenamente no Messias, Jesus Cristo ( 31.31-34). Assim, em meio aos “Egitos” e “Babilônias” que enfrentamos, a fidelidade de Deus é nossa esperança.”
II. O JUÍZO SOBRE OUTRAS NAÇÕES VIZINHAS (47 a 49)
As profecias sobre as nações vizinhas (Filístia, Moabe, Amom, Edom, Damasco, Quedar, Hazor e Elão) revelam que Deus é o Senhor de toda a terra, não apenas de Israel. Jeremias anuncia que o mesmo Deus que julga Seu povo também executa justiça contra os povos que vivem na arrogância, crueldade e idolatria. Assim, essas palavras ampliam a mensagem de Jeremias e revelam a soberania de Deus sobre todas as nações.
1. A destruição dos filisteus (47.6)
Ah! espada do Senhor, até quando deixarás de repousar? Volta- -te para a tua bainha, descansa e aquieta-te.
A profecia contra a Filístia revela que os filisteus, inimigos antigos de Israel, não escaparão da justiça de Deus. A “espada do Senhor” simboliza o poder invencível do juízo divino que abate até os povos guerreiros e confiantes em sua força (47.4-7).
Os filisteus eram conhecidos por seu poder militar e sua idolatria, sendo adversários constantes do povo de Deus (1Sm 17.4). Ao anunciar sua destruição, Jeremias revela que a aliança com Israel não significava imunidade ao pecado: qualquer nação que desafiasse o Senhor e oprimisse o próximo enfrentaria o juízo.
2. A queda de Moabe, Amom e Edom (48.29)
Ouvimos falar da soberba de Moabe, que de fato é extremamente soberba, da sua arrogância, do seu orgulho, da sua sobranceria e da altivez do seu coração.
Moabe, Amom e Edom, descendentes de parentes próximos de Israel (Gn 19.36-38; 25.30), foram culpados de arrogância, idolatria e crueldade contra o povo de Deus. Jeremias dedica longo discurso contra Moabe, destacando o orgulho nacional (48.7,29), a confiança em riquezas e fortificações e a adoração a falsos deuses como Quemos (48.7). A destruição completa é anunciada como fruto desse pecado (48.42).
Amom, vizinho ao leste de Israel, é acusado de se apoderar das terras de Gade e confiar em seu deus Mil- com (49.1-6). Edom, parente de Israel por Esaú, também é denunciado por sua arrogância e confiança em suas fortalezas nos rochedos (49.16). Essas mensagens ressaltam que Deus não tolera o orgulho e a injustiça, mesmo entre os povos com laços antigos com Israel. Também chama de maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxada mente 48.10.
3. A sentença contra Damasco, Quedar, Hazor e Elão (49.24)
Enfraquecida está Damasco; virou as costas para fugir, e tremor a tomou; angústia e dores a tomaram como da que está de parto.
Damasco, capital da Síria e uma das cidades mais antigas do mundo, confiava em sua força e importância comercial. Mas Jeremias profetiza que seria tomada pelo terror e pelo pânico (49.23-27), mostrando que nenhuma cidade, por mais rica ou poderosa, está. imune ao juízo de Deus.
Quedar e Hazor, tribos árabes que habitavam o deserto, eram conhecidas por suas caravanas comerciais e força militar (49.28- 33). Contudo, sua autossuficiência seria abalada pelo ataque babilôni- co. Elão, um reino situado ao leste da Babilônia (atual Irã), também enfrentaria o julgamento divino (49.34-39). Embora sua queda estivesse determinada, a profecia termina com uma promessa futura de restauração (49.39), mostrando o equilíbrio entre juízo e esperança que permeia todo o livro de Jeremias.
III.O JUÍZO CONTRA A BABILÔNIA (50 a 51)
As profecias contra Babilônia, registradas nos capítulos 50 e 51, constituem o maior bloco profético dirigido a uma nação estrangeira em Jeremias. Babilônia, instrumento que Deus usou para disciplinar Judá, agora é ela mesma alvo do juízo divino por sua arrogância, violência e idolatria (Jr 50.14-15). Deus governa até mesmo os impérios mais poderosos.
1. A Babilônia será julgada (50.18)
Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que castigarei o rei da Babilônia e a sua terra, como castiguei o rei da Assíria.
Embora usada por Deus para executar o juízo sobre judá, Babilônia não ficou isenta de culpa, pois agiu com crueldade ao destruir o Templo e ao levar o povo cativo. Assim como a Assíria, que outrora dominara Israel e foi julgada, Babilônia agora enfrentaria a mesma justiça divina. Deus pode utilizar nações como instrumentos temporários de juízo, mas, ao mesmo tempo, chamá-las a prestar contas por seus próprios pecados.
Nenhum poder humano, por mais forte que seja, pode abusar indefinidamente sem enfrentar o juízo de Deus. Deus permanece o Supremo Juiz. Deus que disciplina também é o Deus que promete reunir e restaurar o Seu rebanho (50.19-20].
2. O Redentor se levanta contra ela (50.34)
mas o seu Redentor é forte, SENHOR dos Exércitos é o seu nome; certamente, pleiteará a causa deles, para aquietar a terra e inquietar os moradores da Babilônia.
Embora o poder de Babilônia parecesse invencível, o Senhor Se revela como o Redentor forte de Israel, aquele que “pleiteia a causa” do Seu povo. Babilônia, que oprimia as nações e esmagava os exilados, não poderia resistir ao poder do Senhor dos Exércitos.
O texto revela o contraste: enquanto Babilônia se vangloria de suas muralhas e exércitos, Deus é o verdadeiro Defensor dos fracos. Nos momentos em que parece que o mal triunfa devemos lembrar que Deus é nosso Redentor e Juiz, que no tempo certo Ele age em favor dos Seus (SI 103.6). A figura do Redentor aqui antecipa o papel do Messias, o Libertador final, que traria o verdadeiro resgate espiritual.
3. A Babilônia não mais existirá (51.64)
e dirás: Assim será afundada a Babilônia e não se levantará, por causa do mal que eu hei de trazer sobre ela; e os seus moradores sucumbirão. Até aqui as palavras de Jeremias.
O castigo da Babilônia seria completo e irreversível. A cidade, símbolo do poder humano contra Deus, seria reduzida a ruínas, cenário apenas de animais selvagens (51.37). Essa profecia se cumpriu com a conquista de Babilônia por Ciro, rei da Pérsia, em 539 a.C., e seu posterior abandono ao longo dos séculos.
Jeremias ordena uma dramatização do juízo irrevogável de Deus. Após isso, acatou a ordem de Deus: acabando de ler este livro, tu o atarás a uma pedra e o lançarás no meio do Eufrates (51.63). Esse ato profético, realizado por Seraías, é uma poderosa imagem visual: assim como o livro afunda no rio, Babilônia afundará, para nunca mais se leVantar.
A frase “até aqui são as palavras de Jeremias”, dá a impressão de que o livro termina aqui. No entanto, sabemos que existe o capítulo 52 e ainda todo o livro de Lamentações de Jeremias. Como entender isso? Um explicação pode ser que a frase marca o fim da seção específica das profecias contra Babilônia (capítulos 50 e 51). Não é o fim de todo o livro, mas o encerramento de um bloco temático seguido do capítulo 52. Já o livro de Lamentações de Jeremias é uma obra separada que expressa o lamento pela destruição de Jerusalém e que será objeto de nossos próximos estudos.
APLICAÇÃO PESSOAL
O Senhor governa a história e julga as nações com justiça. Sua misericórdia garante esperança e restauração aos que O buscam, mesmo em tempo de crise.
PECC Lição09 – Jeremias e Lamentações –Juízo Contra as Nações Vizinhas e a Queda da Babilônia
RESPONDA
1) Por que Jerusalém foi destruída, mesmo sendo a cidade de Deus?
R. Por causa do pecado e da rejeição à Palavra de Deus.
2) O que simboliza a destruição do templo e dos muros da cidade?
R. O juízo divino contra a rebeldia e a falsa segurança.
3) Que esperança é apresentada no final do capítulo 52?
R. Deus preserva a linhagem de Davi e Sua promessa.
